Fiquei um tempo sem escrever, minha voz não chegou lá e uma pessoa notou. Se eu fiz falta para essa pessoa, provavelmente fiz falta a mim também.
Na época da faculdade a única desculpa para não se fazer COISAS GRANDES era "estou sem grana", para todo o "resto" dava-se um jeito. Churrascos de linguiça, longas distâncias percorridas a pé, ideias inovadoras para buscar patrocínio, rifas e por aí vai...
Hoje, a desculpa para não se fazer COISAS PEQUENAS é "estou na correria". Nada de um café com o irmão, nada de um retorno de uma ligação, nada de conhecer o filho de um amigo, nada de um bilhete para quem amamos, nada de uma surpresa de aniversário, nada de refletir sobre o dia, muito menos nada de respirar fundo e sentir...correria. E assim, não fazendo várias dessas coisas, perdemos a oportunidade de criar uma vida menos corrida e honrar o nosso dia a dia com coisas mais profundas que a mera superfície.
Então a correria pode ser amenizada fazendo-se ainda mais coisas? Tão contraditória...rsrs. Está aí a diferença entre corrido e bem aproveitado.
Fiquei um tempo sem escrever no blog e uma pessoa notou, deixei de fazer algo a mais, esse algo a mais foi engolido pela correria e junto com esse furacão perdi também a oportunidade de fazer um movimento na direção do que eu acredito. Perdi a oportunidade de impactar pessoas, logo eu, que tenho essa grande vontade!
Esse "não impacto" me impactou, senti um vazio dentro de mim e me fez dar conta de que o que eu faço (ou deixo de fazer) pode fazer falta para outras pessoas, mas, com certeza, a maior falta faz para mim. Quando não entrego, estou abafando em mim a GENEROSIDADE, quando não escrevo, estou me privando da REFLEXÃO, quando não gero, reprimo em mim o PODER da criação, quando não dou o meu melhor, tiro de mim a oportunidade de TRANSFORMAÇÃO.
Nossa! Quais outras coisas eu também posso estar me negando? Será que eu tenho feito coisas por mim, visando me direcionar para o ser humano que eu quero ser? Muitas vezes vou só seguindo como dá...mas o que eu poderia fazer por mim?
Pensando melhor, antes de querer impactar as outras pessoas devo gerar esse impacto primeiro em mim. É o que está facilmente ao meu alcance: fazer coisas por mim, alinhadas com os meus valores e a diferença - o impacto - será gerado no meu entorno como consequência natural.
Gosto de ensinar? Vou ensinar o que tenho de bom (é claro que meu exemplo vai impactar). Gosto de natureza? Vou plantar para aprender com ela (é claro que o perfume ou a sombra vão impactar). Gosto de música? Vou cantar para me sintonizar (é claro que minha canção vai impactar).
Será que é mesmo tão simples assim? O incentivo para começar pode vir de uma só pessoa, o motivo para continuar também...veja você como essa pessoa =)
Talita, compartilho muito da sua reflexão e também tomei essa decisão, de fazer sem esperar em trocar, fazer pelo ato de fazer e entregar isso para a vida. Seja na natureza, seja para meu ser interior que já está com insônia! Não pode mais dormir... Seja para quem estiver ao meu redor e que eu possa fazer a diferença para essas pessoas. Penso que fazer isso nos faz trabalhar a generosidade e a generosidade é que nos gera mais energia e aí podemos fazer ainda mais... Sim, por contraditório que seja, quanto mais damos, mais teremos para dar!
Um forte abraço da sua amiga, Giovanna.